quarta-feira, 23 de junho de 2021

Crip Camp: A revolução pela inclusão



    Já imaginou ir num acampamento, onde o amor é livre e não haja diferença no tratamento para seus frequentadores? Jovens e adultos, com e sem deficiência convivendo sem diferenciação? Tudo isso durante os anos 50 e 70, nos Estados Unidos? Conseguiu imaginar isso? É essa a proposta do documentário que da título a esse texto.

    Durante 1951 e 1977 o acampamento “Jened” recebeu pessoas com qualquer tipo de deficiência, seja física ou intelectual, tornando-se um oásis da sociedade para esses jovens ser quem eles eram. Sem a superproteção familiar, podiam em rodas de amigos compartilhar suas angústias, reclamar como se sentiam sufocados pelas suas famílias e em alguns casos podiam enfim ter convivência social, já que muitas vezes eram escondidos por suas próprias famílias.



    O acampamento Jened foi o responsável por dar o pontapé inicial no movimento americano pelos direitos das pessoas com deficiência na década de 1970. É nesse ponto que o documentário se torna tão necessário e essencial em 2021, pois apesar de agora ter rampas de acesso na esquina, botões em braile no elevador e crianças com deficiência serem aceitas na escola ao invés de ficarem escondidas em casa, estamos muito aquém do que é necessário e que fazer o mínimo como se fosse o máximo é o que deve ser mudado.

    O documentário mostra com muita sensibilidade e nas doses corretas a mensagem da inclusão social como deve ser em sua quase utopia junto com histórias de lideres dos direitos civis americanos.

    Num ano pandêmico, a Netflix entrega o que é mais necessário para o atual momento: esperança



Texto de Ronaldo Júnior, aluno de Jornalismo da UNISANTA

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