Cleo das 5h às 7h é um filme que fala muito dizendo pouco. A história de uma mulher que se nega a saber o resultado de um exame terminal de câncer enquanto vivemos com ela, a sua angústia nessas duas horas de filme
Podemos imaginar que o filme é melancólico, afinal tratar de uma doença tão devastadora é natural que isso aconteça, porém não é desta forma que tudo foi retratado. Ao colocar Cléo em circulação por Paris em uma das tardes mais angustiantes de sua vida, a diretora consegue manipular a perspectiva do público e também de sua personagem, não atiçando um pesar passivo pela doença, mas redescobrindo e revendo diversas coisas de sua vida.
Sentimos o que se passa na cabeça da personagem através dos detalhes na direção, há momentos em que vemos a protagonista diante de diversos espelhos, refletindo junto com a protagonista sobre o que se passava em sua cabeça. Existem outros momentos que a câmera mostra objetos e momentos em que algo de sorte poderia acontecer, contrastando com a trilha sonora.
O filme é da década de 50, porém esse tipo de mostra, de tema, continua atual ainda hoje, falar e flertar com a morte é algo muito tabu nos dias de hoje e o filme trata disso de forma leve (dentro do possível) e bem reflexiva.
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