A diversidade reinou na festa do cinema em 2021, a cerimônia foi repleta de estreias, das indicações, a forma de transmissão, passando pelos vencedores. Desde meados do ano passado já era sabido que haveria um público reduzido, mas o charme deste ano ficou pela realização em dois locais diferentes na mesma noite.
Realizada há anos no teatro Dolby, este ano o Oscar também foi feito em parte numa estação de trem em Los Angeles, a Union Station, causando um charme especial à festa, que perdeu um pouco do ar pomposo que a cerimônia sempre dava.
Além desse ineditismo de locais, a principal premiação do cinema também já trazia várias novidades nas suas categorias, como por exemplo a de melhor direção, com duas mulheres concorrendo pela primeira vez, entretanto sobre este tema falaremos mais adiante.
A cerimônia em Los Angeles foi aberta com a diretora Regina King mencionando o veredito dado à Derek Chauvin, policial condenado em todas as três acusações de assassinato de George Floyd
"Como mãe de um filho negro, conheço o medo com que tantos vivem - e nenhuma quantidade de fama ou fortuna pode mudar isso", disse King.
O prêmio de melhor atriz coadjuvante ficou com a atriz Youn Yuh-jung, de 73 anos, que além de ter recebido um Oscar pela primeira vez, também foi a única vez que uma atriz sul-coreana ganhou a categoria. Youn foi a primeira atriz asiática a ser premiada neste milênio, a última vez que isso havia ocorrido, foi em 1958 com a japonesa Miyoshi Umeki, pelo filme “Sayonara”.
Neste ano as mulheres mostraram que são elas que mandam também na categoria maquiagem, com a vitória de Mia Neal e Jamika Wilson, pelo filme “A voz suprema do Blues”. Além de primeiras vencedoras, também foram as primeiras indicadas em Maquiagem e Penteado.
Ainda neste filme, tivemos Viola Davis concorrendo a melhor atriz e apesar de muito aclamada pelos fãs, não levou a estatueta, porém graças a essa indicação se tornou a mulher negra mais indicada para a estatueta de melhor atriz. Outro candidato negro, do mesmo elenco, com grandes chances de fazer história era Chadwick Boseman (1976-2020), que caso vencesse como melhor ator, seria o primeiro vencedor póstumo, mas infelizmente, apesar de ter ganhado outros prêmios após sua morte, o Oscar ficou com Anthony Hopkins por "Meu pai”, que se tornou o ator mais velho a ganhar o prêmio.
Agora sim, falaremos da categoria de maior ineditismo e de maior repercussão em 2021, melhor direção. Antes mesmo da cerimônia, melhor direção já se destacava por ter duas mulheres concorrendo, deixando assim o poder feminino com a maior chance de levar a estatueta desde que a premiação foi criada. O prêmio não poderia ter sido mais bem escolhido, Chloé Zhao, mulher, asiática, chinesa. A diretora de Nomadland, quebrou vários paradigmas já com sua indicação, com sua vitória esperamos estar iniciando um novo marco na Academia.
Ufaaa!!! Tanta novidade em uma única premiação faz parecer que ela foi feita não só em dois locais, mas nos cinco continentes. Esperamos que para o próximo ano o Oscar continue nos surpreendendo positivamente.
Texto de Ronaldo Junior (aluno do segundo ano de Jornalismo da UNISANTA)