Cineclube estreia ciclo sobre amor ao cinema e à gastronomia
Para dar continuidade às celebrações
de seus 20 anos de atividades e luta por um cinema cultural mais diverso e
independente, o Cineclube Lanterna Mágica, da Unisanta, realizará a partir de
25 de abril, o Ciclo “Para Sempre Cinema”, 19h, na Sala Maurice Legeard de
Cinema. As sessões ocorrerão sempre em quintas intercaladas até novembro, com
entrada franca. Será realizada uma pré-sessão com degustações de café, feitos em
diferentes técnicas e harmonizados com sabores que dialogam com o filme exibido
logo após. Para degustar o combo “Café Cine Degusta” é necessário fazer reserva
pelo e-mail cinelanternamagica@gmail.com ou pelo celular 13 98230-4599. O valor
do combo é de R$12,00. “A proposta é criar interações sensoriais do espectador com
a linguagem e a estética das obras exibidas, usando como base o conceito de “Vazio”
no cinema, mais conhecido como respiro visual ou na cultura japonesa como o
ideograma “Ma”. O espectador poderá imergir no filme antes de assisti-lo pela
primeira vez ou revê-lo de uma forma mais expandida. Esta é uma atividade
realizada a partir de estudos sobre o afeto no cinema, desenvolvidos por professores
e alunos integrantes do LabCine – Unisanta. É também uma base central para trabalharmos
a construção do Mapa Cine Afetivo de Santos, outro projeto interdisciplinar que
desenvolvemos no Cineclube, em parceria com a produtora Ricci Filmes”, afirma
Eduardo Ricci, cineasta e professor pesquisador responsável pelas ações do Cineclube
e do LabCine.
Na estreia do Ciclo (25/04) será
exibido o filme “A Forma da Água”, de Guillermo del Toro, vencedor do Oscar 2018,
de melhor filme. Conta uma história que se passa
na década de 60, em meio aos grandes conflitos políticos e transformações
sociais dos Estados Unidos da Guerra Fria, a muda Elisa (Sally Hawkins),
zeladora em um laboratório experimental secreto do governo, se afeiçoa a uma
criatura fantástica mantida presa e maltratada no local. Para executar um
arriscado e apaixonado resgate ela recorre ao melhor amigo Giles (Richard
Jenkins) e à colega de turno Zelda (Octavia Spencer). Serão exibidos
também os filmes: (23/05) “A Noite Americana”, de François Truffaut (França, Itália, 1973), (06/06) “Comer, Beber, Viver”, de Ang Lee
(Taiwan, EUA, 1995) e (27/06) “Visages, Villages”, de Agnès Varda e JR (França,
2016). Em julho haverá um intervalo no ciclo, devido a realização da 11ª edição
do Cineme-se – Festival da Experiência do Cinema. A programação do segundo
semestre será divulgada no final de julho. Mais detalhes da programação no
site: www.unisanta.br/cineclube.
Celebrações 20 anos de Cineclube Lanterna Mágica
- Unisanta
Para ir além da tela desde 1999, o Cineclube
realiza muito mais do que a simples exibição de filmes e debates sobre eles,
fomenta a cultura do setor com atividades de pesquisas e práticas com vivências
e análises das narrativas imersivas no cinema expandido, na gamificação, em
realidade virtual e aumentada, sempre envolvendo alunos, professores e a
comunidade de interessados em cinema. O projeto mais recente é o Mapa Cine
Afetivo de Santos, iniciativa do pesquisador, cineasta e fundador do Cineclube,
Eduardo Ricci. O mapeamento tem o objetivo de dar visibilidade ao cinema e suas
histórias vividas e criadas na cidade de Santos, lançamento previsto para
setembro deste ano.
Durante o ano
inteiro acontecerão outras ações para celebrar as duas décadas de Lanterna
Mágica. Em
julho será a vez do 11° Cineme-se – Festival da Experiência do Cinema celebrar
os 20 anos de criações do Cineclube, com uma programação especial sobre a
mágica do movimento ilusório no cinema. O Festival acontecerá entre os dias 18
e 21 de julho, em Santos e São Paulo. Já em agosto começará o curso livre “Cinema
Imersivo com Projeção Mapeada”, uma iniciativa da produtora Ricci Filmes para
criar conteúdos usando a cidade como tela e cenário em tempo real, mais
informações sobre o curso serão publicadas em breve na página da produtora, no
Facebook (www.facebook.com/25riccifilmes).
Sobre
o estudo do “Ma” (vazio em japonês) no cinema
O uso do “Ma” (vazio/espaço) aparece fortemente no cinema em
filmes dos diretores Yasujiro Ozu, Takeshi Kitano e Hayao Miyazaki, com ênfase
na montagem construtiva de algumas das suas obras. O “MA” é uma noção que não
faz parte da lógica linear ocidental, mas daquela coordenada por relações - ele
não se apresenta como conceito, porém, como um modus operandi vivo no cotidiano
dos japoneses. Presente nas manifestações culturais japonesas, o “MA” possui
múltiplas semânticas - uma delas é a do espaço de possibilidade e
disponibilidade e outra é a de espaços intervalares, que desconstrói o
pensamento dual e aposta na possibilidade de um espaço intermediário que pode
ser concomitantemente as duas coisas. O LabCine desenvolve pesquisa sobre narrativas
imersivas e usa como base esse modos operandi de trabalhar o espaço-tempo na
imagem cinematográfica. Durante todo o ciclo análises serão realizadas a partir
da harmonização do café com sabores surpresas e os filmes exibidos.
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