Amácio
Mazzaropi (1912-1981), que marcou o cinema brasileiro com a figura do Jeca
Tatu, completaria 100 anos no dia 9 de abril. Mazzaropi começou sua carreira no
rádio, passou pela televisão, mas, depois do primeiro filme, em 1950, não saiu
mais do cinema. Massacrado pela crítica na época, Mazzaropi é sucesso de
público até hoje.
Desde
o primeiro sucesso na Vera Cruz, Sai da Frente (1952), até o fim da carreira, O
Jeca e a Égua Milagrosa (1980), Mazzaropi encarnou melhor do que ninguém o
sonho brasileiro de ocupação de seu próprio mercado. Seu humor raramente
coincidiu com o gosto dos críticos. Havia nele um quê de Cantinflas, o
mexicano, mas infinitamente mais limitado.
Ano após ano, o
público provava que estava com ele, com seu andar desengonçado, com a
gestualidade característica (por exemplo: tirando o chapéu para coçar a cabeça,
antes de opor às certezas sabidas da cidade a dúvida arguta do caipira).
Com Mazzaropi, a
imagem do caipira se mistura à do ser urbano: a tensão do êxodo rural pode ser
encontrada em seu personagem e no tipo de sabedoria que o personagem partilhava
com o seu criador.
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